ASSUNTOS IMPORTANTES SEMPRE COM FOCO EMPRESARIAL

O empreendedor busca sabedoria nos erros e nos acertos.
Quem o vê de fora talvez conclua que esse empresário, agora com cabelos grisalhos, acima do peso, com óculos para ler de perto, sempre sereno e mais ou menos debochado, se acertou na vida. É uma pessoa feliz e bonachona que não teme mais o futuro porque tudo controla.

Nada mais enganoso. Se insistir nessa sua faina de homem ou mulher de negócios, você concluirá que gerenciar uma empresa é aprender a surfar na alegria e na tristeza, nos dias de sol e de chuva, à noite ou na neblina. É transformar todas as situações inesperadas em obras de artes, algumas bem acabadas, outras pela metade, ainda toscas e agressivas. Mas todas as situações humanas que nos abalam, aprenderemos com o tempo, contribuem para a arte de viver.

O vício empreendedor o faz avançar mesmo quando você já tem a tranquilidade de sua sobrevivência porque as situações que o desafiam são interessantes para você e para sua empresa. Apesar de ter atingido um estágio de distanciamento imediato das circunstâncias, você entende os desafios sempre como sinais do mercado, de sua incompetência ou de alguma habilidade ainda não percebida em seus concorrentes. É isso que o torna um empreendedor ou empreendedora.

Os ganhos são determinantes desde que possam ser traduzidos em algum tipo de parâmetro social, cultural ou emocional e que seus aliados, associados ou concorrentes sejam capazes de associar com sua arte de viver. Você aprenderá com o tempo que o mais gostoso mesmo é se tornar um especialista nas insignificâncias da vida. E talvez do alto de sua cadeira de executivo chefe, concorde com o poeta Manoel de Barros, que é especialista nos cantinhos da vida, nas alegrias bobas, nas insignificâncias que seus concorrentes desprezam.

Vale a pena, portanto, tentar superar os erros e as dificuldades pessoais com uma condição: desde que façam ainda seu coração pulsar, seus pelos se eriçarem de emoção, de medo de perder tudo outra vez ou em pânico por ter ganhado demais e não saber, num primeiro momento, o que fará com tanta grana. Até que possa relaxar, olhar pela janela do seu carro parado no trânsito e ver uma criança sorrindo para o nada e recordar que tudo é vaidade e que a mais gostosa de todas as invenções é a arte de viver.

Marco Roza é diretor da Agência Consumidor Popular e estrategista de novos negócios

Fonte : UOL Economia

28/07/2014