Em segundo lugar, para escolher o sócio, é preciso que haja alinhamento de valores, conta Anna. “Essa é uma receita simples e eficaz”, diz. Ela ressalta que, ainda mais importante, é necessário ter, além de um contrato social, um acordo formal entre os sócios. “Para deixar claro desde o início o quanto cada um vai investir e quanto cada um vai receber.” Quem concorda com ela é Linduarte Vieira, professor de administração do Instituto Mauá de Tecnologia. “No acordo de sócios ficam registradas as regras e as expectativas relacionadas a cada sócio”, diz. Para o sucesso de uma sociedade, o especialista destaca também a necessidade de separar amizade e vivência familiar dos negócios. “No ambiente da empresa não cabe relacionamento pessoal”, afirma. “Tem que ser profissional.”
Tanto Anna quanto Vieira concordam ainda que a palavra-chave em uma situação de escolha de sócio é confiança. Junta-se a eles Paulo Melchor, consultor de políticas públicas do Sebrae. “É preciso ter confiança no escolhido, e que este tenha comprometimento”, diz. “As pessoas abrem empresas para ganhar dinheiro, e essa relação é complexa, estamos falando de um ‘casamento’.”
No grupo i9, de empresas de tecnologia, pode-se dizer que mais do que um casamento, vem acontecendo a formação de uma família. A empresa foi fundada há seis anos por cinco sócios. Hoje são 24 sócios. Doze deles eram funcionários que se tornaram sócios a convite da empresa. Os outros sete o grupo buscou no mercado. “Primeiro, identificamos se o profissional pode agregar em termos de negócios e depois analisamos se ele tem alinhamento com os valores da empresa”, diz Leonardo Orsi, um dos fundadores. O grupo faturou R$ 24 milhões no ano passado e espera terminar 2013 com faturamento de R$ 35 milhões.
Fonte: Estadão PME