Isso é muito comum acontecer entre os artesãos, por exemplo. O comerciante tem uma aptidão e começa a produzir peças. Divulga o produto de forma informal aos conhecidos, cria uma rede de possíveis clientes e não consegue dar o próximo passo: fazer um plano de negócio estruturado e com visão de futuro. Concluindo: hobby você gasta dinheiro e negócio você ganha dinheiro. Ou seja, o negócio está focado na lucratividade que a atividade traz.
Na nossa cultura, de forma errônea, o trabalho é colocado como algo que produz sofrimento e luta. Portanto, se você faz algo com prazer, não deve ser renumerado, pois o trabalho não pode ser uma atividade prazerosa. É óbvio que este é um pensamento retrógrado. Podemos ser renumerados por fazer aquilo que temos prazer, inclusive essa é uma das principais regras para empreender: o segredo do sucesso está na paixão que colocamos no nosso negócio.
Um bom exemplo de pioneirismo e visão de oportunidade nesse segmento é o casal Juliano e Mônica Ipolito, que fundou a startup Elo 7, em 2008, em Campinas. A empresa mantém um canal online para compra e venda de artesanato. Na verdade, eles enxergaram que o setor trabalhava de forma desorganizada e viram a oportunidade de criar uma rede social organizada para o setor.
Até o início de 2011, o site de comércio eletrônico tinha como força de trabalho somente os dois sócios. Em três anos, Juliano e Mônica construíram uma comunidade virtual que oferece mais de 1,5 milhão de produtos feitos por cerca de 65 mil artesãos de todo o país.
A lição maior que fica é que você precisa entender se quer empreender ou somente ter uma ocupação de que goste. Caso opte por empreender naquilo que gosta, veja alguns valiosos conselhos:
1. É muito comum que o empreendedor comece de forma informal e possua uma outra atividade profissional. Para isso, você deve fazer um planejamento a médio e longo prazo visando equilibrar suas finanças para que um dia você consiga transformar o hobby em renda principal.
2. Defina objetivos claros para daqui a três, cinco e dez anos.
3. Trace estratégias para divulgação de seus produtos. Loja virtual, redes sociais, e-mail, feiras, entre outros.
4. Se o seu empreendimento demanda que você trabalhe de casa, é preciso muita disciplina para não desfocar do negócio no dia a dia.
5. Defina quais custos mensais são necessários para manter o seu negócio em pé.
6. Você se mantém atualizado? Leia, estude e faça cursos.
Camila Farani é CEO do Grupo Boxx, focado em alimentação, e co-fundadora do Mulheres Investidoras Anjo
Fonte: Revista Exame